segunda-feira, 27 de abril de 2009

Love Affair

Um belo filme de 1994, um remake de An Affair to Remember de 1957 (dirigido por Leo McCarey com Cary Grant, Deborah Kerr e Richard Denning). Love Affair é dirigido por Glenn Gordon Caron e conta com Warren Beatty e Annette Bening como artistas principais, e uma inesquecível participação de Katharine Hepburn em seu último filme antes de seu falecimento.

É um romance entre duas pessoas com estilo de vida totalmente diferente que precisam de um tempo para se adaptar. Após este tempo, em que ficam separados, marcam um encontro em Nova York.
Um filme legal para se assistir a dois em uma tarde chuvosa.
A qualidade do DivX não é perfeita porque a cópia do DVD também não era perfeita. Infelizmente o filme já é antigo e não foi remasterizado antes da gravação em DVD.
A legenda em português foi ripada por mim do DVD e sincronizada.
Espero que vocês aproveitem. Se bem que continuo falando sozinho, e tenham bons momentos.



Os Links:

Legendas Português-Br

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Filme
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quarta-feira, 8 de abril de 2009

A Gravação do Som – Tipos de Suportes Sonoros - Post 5

A Fita cassete

O cassete ou compact cassete é um padrão de fita para gravação de áudio lançado oficialmente em 1963, invenção da empresa holandesa Philips.
O cassete era constituído basicamente por 2 carretéis, a fita magnética e todo o mecanismo de movimento da fita alojados em uma caixa plástica, isto facilitava o manuseio e a utilização permitindo que a fita fosse colocada ou retirada em qualquer ponto da reprodução ou gravação sem a necessidade de ser rebobinada como as fitas de rolo. Com um tamanho de 10cm x 7cm, a caixa plástica permitia uma enorme economia de espaço em relação às fitas tradicionais.

O audiocassete ou fita cassete foi uma revolução difundindo tremendamente a possibilidade de se gravar e se reproduzir som. No início, a pequena largura da fita e a velocidade reduzida (para permitir uma duração de pelo menos 30 minutos por lado) comprometiam a qualidade do som, mas recursos tecnológicos foram incorporados ao longo do tempo que tornaram a qualidade bastante razoável como: novas camadas magnéticas (Low Noise, Cromo, Ferro Puro e Metal), cabeças de gravação e reprodução de melhor qualidade nos aparelhos e filtros (dolby, dnr) para redução de ruídos.

Os primeiros gravadores com áudio cassete da Philips já eram portáteis, mas no final dos anos 70 com a invenção do walkman pela Sony, um reprodutor cassete super compacto de bolso com fones de ouvido, houve a explosão do som individual.


O CD (Compact Disk)

O disco compacto digital (Digital Compact Disc) o CD, que é muito comum em aparelhos de som e computadores, foi inventado no final dos anos 60 por James T. Russell.

Russell nasceu em Bremerton, Washington em 1931. Russel foi para faculdade de física de Reed College em Portland em 1953. Posteriormente, ele já estava trabalhando como físico na General Electric perto dos laboratórios em Richland, Washington.

Na GE, Russel iniciou muitos experimentos. Ele estava entre os primeiros a usar a tv em cores e o teclado que na verdade era o inicio dos computadores modernos. Ele projetou e construiu o primeiro ferro de soldar eletrônico.

Em 1965, quando foi inaugurado o Memorial Institute no Pacifico em Richland, Russel fez muitos esforços e conseguiu entrar como cientista no instituto. E a partir daí ele já sabia qual tipo de pesquisa ele iria fazer.

Russell teve alguns anos de trabalho, e finalmente teve sucesso em inventar o primeiro sistema de gravar e tocar digital-para-ótico (patenteado em 1970). Ele conseguiu gravar em uma placa de plástico sensível a luz que eram sensíveis a pequenos “bits” de claridade e escuridão, cada um com um micro diâmetro, um laser lia os dados binários, e o computador convertia os dados lidos.

Esse foi o primeiro compact disc, embora Russell já naquela época previsse que existiriam os futuros disc-man que caberiam dentro de um bolso, e que os vídeos no futuro seriam gravados em CD.

Nos anos 70, Russel continuou a refinar o CD-ROM, adaptando para todo tipo de dados. Como muitas idéias a frente de seu tempo, o CD-ROM achou muitos investidores sérios, os primeiros a comprar as licenças.

CD é a abreviação de Compact Disc ("Disco compacto", em em inglês), é um dos mais populares meios de armazenamento de dados digitais, principalmente de música comercializada e softwares de computador, caso em que o CD recebe o nome de CD-ROM.

A tecnologia utilizada nos CD é semelhante à dos DVD. O que difere e o comprimento de onda do raio laser utilisado mas leituras de uma e outra mídia.

A partir do final da década de 1980 e início da década de 1990, a invenção dos Compact Discs prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil serem considerados obsoletos (mas ainda hoje, para muitas pessoas, o vinil continua firme em suas predileções visto que nos discos deste tipo o áudio é gravado como verdadeiramente é, enquanto que nos CD o quê se escuta é apenas uma amostragem, ainda que a uma taxa bem alta, do som original).

Com a banalização dos discos compactos, a consecutiva banalização de gravadores de CD permitiu a qualquer utilizador de PC gravar os seus próprios CD, tornando este meio um sério substituto a outros dispositivos de backup.

Tornaram-se então comuns os discos "virgens" para gravação apenas, e os discos que podem ser "reescritos". A diferença principal entre estes dois é precisamente a capacidade de se poder apagar e reescrever o conteúdo no segundo tipo, característica que iria contribuir para o desaparecimento dos/das disquetes como meio mais comum de transporte de dados.

Efetivamente, um CD é agora capaz de armazenar conteúdo equivalente a aproximadamente 487 disquetes de 3 1/2" (com capacidade de 1,44 MB), com muito maior fidelidade - uma das características negativas dos/das disquetes era a sua reduzida fidelidade, já que facilmente se danificavam ou corrompiam. Como exemplo, a exposição ao calor, frio e até mesmo a proximidade a aparelhos com campo magnético como celulares ou telemóveis.

A Philips foi a principal empresa responsável pela criação/desenvolvimento do CD-ROM. Depois, outras empresas como a Sony e a TDK entraram rapidamente na nova geração digital.

Um CD é um disco de acrílico, sobre o qual é impressa uma longa espiral (22.188 voltas, totalizando 5,6 km de extensão). As informações são gravadas em furos nessa espiral, o que cria dois tipos de irregularidades físicas: pontos brilhantes e pontos escuros. Estes pontos são chamados de bits, e compõem as informações carregadas pelo CD.

A leitura destas informações é feita por dispositivos especiais, que podem ser CD Players ou DVD Players. A superfície da espiral é varrida por um laser, que utiliza luz no comprimento infravermelho. Essa luz é refletida pela superfície do disco e captada por um detector. Esse detector envia ao controlador do aparelho a sequência de pontos claros e escuros, que são convertidos em "uns ou zeros", os bits (dados binários). Para proteger a superfície do CD de sujeira, é colocada sobre ela um disco de plástico especial.

Um CD contém quatro camadas: a primeira consiste no rótulo, conhecida como camada adesiva; a segunda é uma camada de acrílico, que contém os dados propriamente ditos; a terceira é uma camada reflexiva composta de alumínio e, finalmente, uma quarta, chamada de camada plástica, feita de policarbonato. A cor prata que vemos no CD é o resultado da soma das camadas de gravação e reflexão. Em um CD-R, a composição das camadas é diferente, para que a mídia possa ser gravada usando um sistema "caseiro".


Memória Flash

A Toshiba inventou a memória Flash nos anos 80 como uma nova tecnologia de memória que permitia que os dados armazenados fossem salvos mesmo quando o dispositivo de memória estava desconectado de sua fonte de energia.
Desde então, a tecnologia de memória Flash evoluiu e tornou-se a mídia de armazenamento preferida para uma variedade de dispositivos de consumo e industriais

Para dispositivos de consumo a memória flash e largamente utilizada em:
• Notebooks • Câmeras digitais
• PDAs (Personal Digital Assistants)
• Telefones Celulares
• GPS (Global Positioning Systems)
• Instrumentos musicais eletrônicos
• Reprodutores de música de estado
• Aparelhos set-top para televisão
• Sólido (solid-state) como MP3 players
• Pagers
• PCs

A memória Flash também é usada em muitas aplicações industriais cujos principais requisitos são a confiabilidade e a retenção de dados em situações de falta de energia, como:

• Sistemas de segurança
• Sistemas militares
• Computadores incorporados
• Unidades de disco de estado sólido
• Produtos de sistemas de rede
• Dispositivos de comunicação sem fio de comunicação
• Produtos médicos
• Produtos de gerenciamento para varejo (por exemplo, scanners portáteis)

Graças a ela se popularizam os Pen Drives, os MP3, as câmaras digitais (fotográficas e filmadoras), os HDs para computadores e notebook que não precisam mais ter um disco giratório o que garante uma vida muito maior ao equipamento e muitos outros “brinquedos” que fazem parte do nosso dia a dia.

Então, começamos com o cilindro de cera e evoluímos para a memória flash.
Em cerca de 80 anos os suportes sonoros evoluíram de rústicos equipamentos para o iPod touch e outros tocadores de música digital onde a pureza do som é absoluta. Nada mais é analógico em uma gravação. Tudo é obtido digitalmente desde o “master” que gera as cópias das mídias até os reprodutores. Só nos resta agora como ponto fraco e pouco evoluído os alto-falantes e os fones de ouvido.

Veremos até quando eles serão os pontos fracos na cadeia.

Abraços a todos.

Fonte (Museu do Computador - Associação Cultural dos Amigos da Informática)
Mantidas as fontes

terça-feira, 7 de abril de 2009

A Gravação do Som – Tipos de Suportes Sonoros - Post 4

O RÁDIO E A GRAVAÇÃO ELÉTRICA

Em meados da década de vinte, a indústria fonográfica ganharia um novo impulso com uma descoberta revolucionária: a gravação elétrica! Seu desenvolvimento foi devido, em grande parte, ao surgimento do rádio. As primitivas transmissões radiofônicas criaram um considerável degrau de qualidade sonora entre o disco e o programa de rádio. A questão era bem simples: a música levada ao ar na década de 20 era tocada ao vivo. O som que chegava aos receptores era bem mais fiel que a deficiente gravação mecânica de então.

Resultado: o ouvinte sempre se decepcionava ao adquirir a gravação da música que ouviu pelo rádio.

Essa situação, todavia, durou pouco. A Western Electric Co. desenvolveiu em 1924 a solução para o problema. Utilizando-se de circuitos eletrônicos com amplificadores e microfones, com base nos princípios do rádio, passou a ser possível registrar a mais ampla gama de freqüências sonoras, elevando a qualidade do disco a um nível infinitamente superior. Em verdade, os estudos que levaram à gravação elétrica começaram em 1915, mas foram interrompidos durante a Primeira Guerra Mundial.

Em 1925 a inovação era lançada comercialmente. A Victor Talking Machine e a Columbia obtiveram as licenças para a industrialização dos novos discos. Para que tenhamos uma idéia do que foi o impacto da inovação, há menos diferença entre um LP e um CD que entre um disco mecânico e um elétrico. Basta comparar.

O salto foi verdadeiramente assustador, verdadeira bruxaria moderna para os padrões da época! O disco elétrico acabou por revolucionar o gosto musical e a própria maneira de interpretar. Já era possível registrar o som com suavidade, abrindo caminho para os cantores de voz aveludada e orquestras melodiosas. Há uma grande diferença, por exemplo, em ouvir Carlos Gardel antes e depois da gravação elétrica. No Brasil a gravação elétrica somente se iniciou em 1927, inaugurada por Francisco Alves com o disco Odeon cujos lados eram "Albertina" e "Passarinho do Má".

O novo sistema possibilitou o surgimento do cinema falado. Em 1927 foi lançado pela Warner Brothers o primeiro filme comercial sonoro: "O cantor de Jazz" (The Jazz Singer), estrelado por Al Jolson. O filme foi inteiramente sonorizado por discos de 16 polegadas, cuja velocidade de reprodução era de 33-1/3 RPM (embrião do LP?).

Embora o sistema de gravação tivesse experimentado tanta evolução, os aparelhos reprodutores continuaram quase os mesmos, tendo um desenvolvimento mais vagaroso mas não menos fascinante.

Os Aparelhos Reprodutores

A despeito da rápida evolução do sistema de gravação, os aparelhos reprodutores tiveram um aperfeiçoamento mais lento. O disco carregava mais tecnologia que o toca-discos.

Desde os tempos de Edison, o aparelho reprodutor de sons era composto de um suporte giratório (impulsionado por motor ou manualmente), uma agulha leitora, um diafragma e uma corneta, assim permanecendo até mesmo com o advento da gravação elétrica.

Os mais marcantes aperfeiçoamentos foram verificados na parte mecânica dos aparelhos, quando passou a ser usado o motor a corda (Spring Motor), com velocidade constante e ajustável. As máquinas também passaram a ser melhor construídas e os diafragmas foram melhorados, alguns já produzidos em folha de alumínio duro. No mais, perfumaria: o gramofone Ultraphon alemão com braço duplo (que reproduzia com eco), o Columbia Baby Regent, embutido em uma escrivaninha, ou ainda o Klingsor com cordas na saída da corneta que deveriam ser afinadas para proporcionar ressonância simpatética conforme se reproduzia o disco. Houve, ainda, um fonógrafo de Edison especialmente construído para escolas de idiomas, equipado com a tecla "language repeat", que repetia um determinado trecho da lição gravada.

Veio a gravação elétrica (em 1925) e cada marca adotou um nome comercial. A Victor lançou a Ortophonic Recording, a Columbia a Viva Tonal, a Odeon a Veroton. No mesmo ano a velocidade da gravação foi uniformizada mundialmente em 78 RPM. Os gramofones ainda eram acústicos (sem amplificadores), apesar de já serem montados em móveis com a corneta embutida e compartimentos para armazenar discos.

Um dado curioso: todo aparelho de corneta embutida tinha o sufixo "ola" na marca. Assim o aparelho de Edison que reproduzia os cilindros de amberol era a "Amberola", da Columbia era a "Grafonola", da Odeon era a "Odeonola", da Victor era a "Victrola" (algo familiar?).

O nome Victrola era utilizado para designar o "top" de linha da Victor. No selo "Victrola" gravaram Caruso, Schipa, Heifetz e Paderewsky, entre outros. Vulgarmente, os aparelhos de corneta embutida passaram a ser conhecidos como vitrolas ortofônicas, que nada mais eram que gramofones montados em móveis. A qualidade de reprodução era melhor, mas ainda deixava a desejar. Ainda em 1925, a Radio Corporation of America (RCA) lançou o "Radiola 104", um alto falante para rádios desenvolvido pela General Electric Co., que daria o impulso necessário ao surgimento da máquina falante elétrica.

NIPPER: O MELHOR AMIGO DA VICTOR





Uma pintura de um cão terrier ouvindo um gramofone foi uma das mais bem idealizadas estratégias de marketing do século XX. Trata-se da obra "A voz do dono" (His Master's Voice) de Francis Barraud, cuja história é bastante interessante.
Francis Barraud foi um pintor inglês, hoje pouco conhecido, que exibia com freqüência suas obras na Royal Academy de Londres. Talvez sua vida não teria hoje maior interesse em ser divulgada se não fosse sua obra que mostra um aparelho sonoro e um animal de estimação, tão diferente das paisagens, retratos e naturezas-mortas tão comuns no mundo de pintores como ele...

Tudo começa em 1899. O irmão de Barraud havia falecido, deixando Francis como legatário de um fonógrafo com um pequeno estoque de cilindros gravados, alguns com sua própria voz. Além do aparelho, Francis foi incumbido de cuidar de seu cãozinho terrier chamado "Nipper". Todas as vezes que Francis Barraud colocava um dos cilindros gravados com a voz do irmão, o pequeno Nipper reconhecia a voz do falecido dono e imediatamente vinha ficar junto ao fonógrafo. Barraud quis registrar a curiosa situação em um quadro.




No início, a pintura de Barraud mostrava o cão ouvindo o fonógrafo de cilindros (fabricado por Edison). Concluído o quadro, Barraud foi incentivado a procurar Edison, para lhe vender a idéia como um emblema para os seus produtos, como prova da fidelidade de seus fonógrafos, que faziam até mesmo um cão reconhecer a voz do dono gravada.

Edison rejeitou a idéia, não queria comparar os consumidores a animais. Entretanto, um gerente de uma loja de fonógrafos de Londres, revendedora da "The Gramophone Company", G.B. Owen, incentivou Barraud a substituir o fonógrafo de Edison pelo Gramofone de Emile Berliner (proprietário da "The Gramophone Co." ou "Victor Talking Machine Co. nos EUA) e, desta vez, procurar a empresa de Berliner e esquecer a oposição de Edison a sua idéia. Owen lhe emprestou um dos Gramofones modelo "improved", à venda em sua loja, para servir de modelo na pintura.

Nipper e o Gramofone, na pintura intitulada "A voz do dono", passaram a ser marca registrada em 10 de Julho de 1900, de propriedade de Emile Berliner que começou a utilizá-la em seus produtos, tornando-se líder de mercado, imagem até hoje utilizada pela RCA (atual proprietária da marca Victor).

Enquanto Nipper fazia sucesso, Edison insistia em usar sua assinatura e sua própria efígie como logomarca... Convenhamos, qual das duas imagens é mais atrativa? A resposta está em qual das marcas sobreviveu.

(mantido as fontes)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Gravação do Som – Tipos de Suportes Sonoros - Post 4

Disco: O formato definitivo do som

Já em 1878, Edison pesquisava a gravação em disco, paralelamente ao progresso do cilindro. Chichester Bell e Charles Summer Tainter também perseguiam o mesmo objetivo. Em ambos os casos, a gravação ainda era vertical.

Emile Berliner, um alemão natural de Hannover, que se transferiu para os E.U.A. aos 19 anos, que entre outras coisas foi assistente de laboratório de Constantino Fahlberg (descobridor da sacarina) foi quem solucionou os entraves da gravação em disco e acabou por criar um suporte de gravação que permaneceu praticamente inalterado até o advento do Compact Disc: o "disco para gramofone".

Em rigor, gramofone é a denominação da máquina falante, reprodutora de sons gravados em disco por sulcagem lateral.

Berliner concebeu a gravação lateral, que consistia no registro das vibrações na parede do sulco e não mais em seu leito, o que tornava o volume do som e a durabilidade do sinal gravado maiores, sem mencionar que o disco permitia a produção a partir de matrizes.

O processo era bem simples: um disco de zinco era impregnado com cera em uma das faces. Em seguida a agulha gravadora registrava a gravação riscando a cera, formando uma espiral ziguezagueada. O disco era submetido a um banho de ácido crômico que corroía o zinco onde este não estivesse protegido pela cera. Como resultado era obtido um disco metálico gravado do qual poder-se-iam ser extraídas matrizes, gerando inúmeras cópias. Dá-se como certa a data de setembro de 1887 como sendo a do nascimento do disco, contudo somente em 16 de maio de 1888 o invento foi apresentado perante os membros do Franklin Institute da Pensilvânia.

Durante seus primeiros anos, o disco de Berliner somente foi empregado em brinquedos. Os primeiros discos equipavam bonecas falantes alemãs, fabricadas pela Kammerer und Rheinhardt. Não foi imediato o sucesso comercial do gramofone, somente seis anos depois de sua invenção ele passou a ser comercializado como máquina falante pela United States Gramophone Company.

Com a rápida popularização, inclusive por meio da pintura de Barraud, marca registrada da Victor Talking Machine Co., o gramofone e o disco foram gradualmente tomando o lugar do cilindro de cera e dos fonógrafos de Edison. Para o disco se aperfeiçoar só lhe faltava ter dois lados. A resposta definitiva somente foi dada mais tarde por Adhemar Napoleón Petit, que criou o processo de prensagem que possibilitou a produção de discos gravados nos dois lados. Antes disso, foram comercializadas algumas edições contendo dois lados, que nada mais eram do que dois discos de um lado só, colados um no outro.

No Brasil o disco foi largamente comercializado pela pioneira Casa Edison do Rio de Janeiro, que gravava em estúdio próprio e enviava as ceras gravadas à Alemanha para que de lá voltassem em forma de discos (cópias). Naquela época, os discos por aqui gravados e comercializados já eram duplos (patente brasileira 3465 de 14/01/1902). O pioneirismo da Casa Edison, como veremos adiante, é o responsável pelos registros mais importantes da música brasileira nas primeiras décadas do século XX.


A Fábrica Odeon e o início da indústria fonográfica brasileira

Em 1912 surgiu o primeiro disco totalmente produzido no Brasil, data em que Fred Figner se viu forçado a firmar um contrato com a International Talking Machine para a instalação de uma fábrica de discos no Rio de Janeiro. O contrato previa a instalação de uma fábrica em um terreno de propiredade de Figner, situado na R. 28 de Setembro (atual R. João Alfredo, no bairro da Tijuca). A avença acabaria por tolher Figner e engolir vagarosamente a Casa Edison.

A fábrica Odeon, que se instalou no Rio de Janeiro, tinha os mais modernos equipamentos da época. Era capaz de produzir um 1.500.000 discos por ano, num ritmo de cerca de um disco a cada três minutos. Empregava pouco mais de 150 operários e possuía até mesmo um programa de reciclagem, que incluía o reaproveitamento dos produtos rejeitados e discos encalhados nas prateleiras dos revendedores.
O processo industrial era completo, desde a obtenção da matriz até a prensagem. A massa (que prensada se transformava em disco) já era produzida pela fábrica na época, sendo composta por negro de fumo, resina de jatobá ou cera de carnaúba, ardósia e goma laca. Na esteira da fábrica Odeon surgiu a Fabrica Phonographica União (1919) e a Fabrica Popular (1920).
Estava consolidada a indústria dos discos no Brasil. A partir daí, outras empresas se instalaram no Brasil, como a Victor Talking Machine Co. of Brazil (que em 1929 passaria a se chamar RCA Victor Brazileira Inc.), Columbia Phonograph e Sociedade Anônima Brunswick do Brasil. Esta última instalada em 1927 teve vida curta. Os artistas que nela gravaram não ganharam grande destaque e hoje são ilustres desconhecidos. Para piorar, quando encerrou suas atividades no Brasil, a Brunswick remeteu todas as suas matrizes para a sede da companhia em Chicago. Só recentemente o selo Revivendo reeditou algumas das gravações feitas pela Brunswick, encontradas em poder de alguns colecionadores.

Em 1924, a Western Electric dos E.U.A. desenvolveu o revolucionário sistema de gravação elétrico. Nele a corneta de gravação foi substituída por um microfone, sendo possível captar e registrar a mais ampla gama de sons. A evolução foi tão significativa que alterou o próprio ambiente musical da época. A potência da voz deu lugar à interpretação e se tornaram cada vez mais comuns as gravações de grandes formações orquestrais.

(Mantido os Créditos)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A Gravação do Som – Tipos de Suportes Sonoros - Post 3

O Fonógrafo no Brasil

A Casa Edison do Rio de Janeiro

O sucesso comercial do fonógrafo foi rápido no Brasil. Como vimos anteriormente, Thomas Edison já havia obtido a permissão imperial para comercializar sua máquina no Brasil ainda em 1878 (apenas um ano após sua invenção).

Em agosto de 1891, Frederico Figner embarca para o Brasil, levando em sua bagagem um fonógrafo elétrico que funcionava com pilhas, além de cilindros virgens - o embrião da futura Casa Edison do Rio de Janeiro (assim batizada em homenagem a Thomas Edison).

O grande mérito de Frederico Figner foi seu pioneirismo na comercialização de fonógrafos e gravações no Brasil. A Casa Edison, além de casa comercial, também realizava gravações, muitas das quais marcaram a história. Não é exagero dizer que uma boa parte da história do Brasil dos primeiros anos do século XX ficou gravada nos discos e cilindros de Figner. Ao longo de sua existência, a Casa Edison teve poucos concorrentes, que nunca chegaram sequer a igualá-la.

Apenas para exemplificar: gravações como "Rato, Rato" e "Febre Amarella são alusivas ao caos da saúde pública e a luta de Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, já o "Pega na Chaleira" aborda os bajuladores do deputado gaúcho Pinheiro Machado e "Ai Philomena" é uma sátira ao azarado presidente Hermes da Fonseca. Uma das mais célebres gravações da Casa Edison é "Pelo Telephone", gravado em 1917, considerado por alguns pesquisadores como o primeiro registro de um samba no Brasil.

Com a Casa Edison surgiram os primeiros artistas do disco, como Cadete, Bahiano, Eduardo das Neves e Alfredo Silva. Instrumentistas como Patápio Silva e Casimiro Rocha, formações como a banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e a própria banda da Casa Edison. Vicente Celestino faria sua primeira gravação: "Flor do Mal", em 1915, para a Casa Edison.

Contudo não é da empresa de Figner o mérito de ter colhido a primeira gravação de Francisco Alves e sim da gravadora "Disco Popular", de propriedade do filho de Chiquinha Gonzaga. Os dois lados gravados pelo estreante Chico Alves foram "O Pé de Anjo"e "Falla meu Louro", hoje o disco brasileiro mais disputado entre os colecionadores. Como vimos anteriormente, as ceras eram gravadas e enviadas ao exterior para se transformarem e discos (à época chamados de chapas). Em 21 de dezembro de 1912 era prensado o primeiro disco totalmente produzido no Brasil. Era o início das atividades da Fábrica Odeon no Brasil.

Os cem anos da Casa Edson 1902 a 2002

Fundada por Fred Figner, um tcheco naturalizado americano que aqui desembarcou ainda no século XIX, trazendo na bagagem um fonógrafo para exibição pública, a Casa Edison foi a primeira gravadora comercial do Brasil. Gravava cilindros de cera e discos, vendia fonógrafos, partituras, instrumentos musicais e outras mercadorias importadas.

Antes de se estabelecer com a Casa Edison, Figner viajou por boa parte do Brasil promovendo exibições públicas de seu fonógrafo, tendo, inclusive, feito uma demonstração à Família Imperial. Acabou por fixar-se no Rio de Janeiro, dedicando-se ao comércio de artigos importados, ligados ao ramo musical, como fonógrafos, fonogramas, partituras, etc. Já antes do advento da Casa Edison Figner gravou comercialmente alguns cilindros no Rio de Janeiro, editando um catálogo comercial em 1900, rotulado apenas por "Importação Directa Fred Figner".

Embora haja alguma controvérsia, é considerado como o marco inicial das atividades daquela casa comercial/gravadora a edição do catálogo para 1902, onde pela primeira vez se vê anunciado o nome "Casa Edison".

O trabalho de Figner e sua empresa revelaram nomes hoje desconhecidos como "Bahiano", "Cadete" e Eduardo das Neves, mas também outros conhecidos até hoje, como Patápio Silva e Vicente Celestino. É uma gravação da Casa Edison o célebre "Pelo Telephone" de Donga e Almeida, gravado por Bahiano em 1917, considerado por muitos como o marco inicial na história do Samba. O pioneirismo de Figner foi o responsável não só pela popularização dos equipamentos fonográficos, como também pela divulgação da música brasileira. Além de vender gravações, partituras e outros artigos pelo catálogo que editava, Figner também editava um tablóide informativo (não se tratava de catálogo) sobre a música brasileira de então, enfocando principalmente os músicos e intérpretes que gravavam para a casa Edison.

Embora o espírito empreendedor de Figner seja hoje reconhecido como notável, foi ele também alvo de severas críticas na época, dentre elas a de Chiquinha Gonzaga, que o acusava de monopolizar o mercado musical e sonegar direitos autorais:

-"Olhe, eu levantei essa questão dos direitos autorais. Estou cansada de ser explorada. Precisamos de que tenham por nós um pouco de consideração. Olhe o Figner só com um tango meu, em chapa, fez mais de 30 contos. E eu nada!" (Chiquinha Gonzaga - Gazeta de Notícias - RJ - 07/01/1913 - pg. 04) fonte: Registro Sonoro por Meios Mecânicos no Brasil - Humberto M. Franceschi-Studio HMF 1984. (materia atual até hoje, haja visto a cópia de MP3 na Internet)

Enfim, sem ainda o advento do rádio e com os meios de comunicação de alcance restrito da época, foi Figner e a Casa Edison os responsáveis pelo início da comercialização fonográfica da música popular brasileira. Outras surgiriam ainda contemporâneas ao empreendimento pioneiro de Figner, como a "Casa Ao Bogary", a "Disco Popular" e a "Casa Faulhaber", mas não há exagero em dizer que na verdade, tudo começou na Rua do Ouvidor, 107, no Rio de Janeiro.

(Mantido os Créditos)

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A Gravação do Som – Tipos de Suportes Sonoros - Post 2

CILINDRO DE CERA: O PRIMEIRO FORMATO DO SOM

O cilindro como suporte de gravação foi a herança do vibroscópio e do fonoautógrafo que também registravam em um cilindro, apesar de fazê-lo apenas graficamente. Edison, aproveitando a idéia, concebeu o registro em folha de estanho, utilizando um cilindro que possuía um eixo helicoidal que, por agir como parafuso, fazia o cilindro se deslocar de um lado para outro, formando a espiral do sulco. Contudo, o estanho se mostrou frágil demais, não resistindo ao uso prolongado.

A gravação era vertical, ou seja, a agulha impressionava o estanho de cima para baixo (e não de um lado para outro, como veremos a seguir na gravação de Berliner). Em substituição ao estanho, uma série de materiais foi experimentada, até se chegar a uma mistura de ceras que se mostrou suficientemente resistente: o amberol. Começava aí a história da comercialização do som.

O fonógrafo de Edison foi industrializado. Além da North American Phonograph Co. (Edison Phonograph Works) controlada pelo próprio Edison a partir de 1890, surgiram várias outras e a máquina falante disseminou uma febre de consumo. Da impulsão manual (por manivela), o fonógrafo passou a ser comercializado com motor elétrico, motor a corda e até mesmo por um mecanismo impulsionado por água (funcionava ligando-se o fonógrafo a uma torneira).

Os cilindros podiam ser comprados virgens ou gravados. Algumas máquinas eram dotadas de um raspador e os cilindros podiam ser gravados e desgravados várias vezes (como fitas magnéticas).
Existiram fonógrafos de exibição pública, para aqueles que não tinham recursos para adquirir o seu. Surgiram máquinas que tocavam vários cilindros a escolher, acionadas por moedas (que deram origem aos "juke boxes").

Ainda no século XIX vamos encontrar alguns filmes feitos por Edison, sonorizados pelo seu fonógrafo.

Apesar de seu aspecto inicial de brinquedo, o fonógrafo passou a ter aplicações mais importantes. Já no século XIX o fonógrafo era utilizado para o ensino de línguas. Com a sofisticação do mercado, pela gravação comercial de músicas e o próprio ensino de idiomas, as primeiras gravadoras esbarraram num sério problema: o cilindro impossibilitava a moldagem por meio de matrizes.

O sucesso comercial, a facilidade de gravar e a praticidade fizeram muitos pesquisadores da época buscar uma solução sem, contudo, abandonar o cilindro. Tentou-se a moldagem em formas, a pantografia, mas a única solução que se mostrou viável para se obter várias cópias de uma mesma gravação foi ligar vários fonógrafos a uma mesma corneta de gravação.
Edison, Graham Bell e seu primo Chichester, entre outros, começaram a pesquisar a gravação em disco.

A resposta definitiva somente seria dada pelo alemão Emile Berliner, inventor do gramofone.
Enquanto isso, o fonógrafo continuava em seu sucesso comercial, levando um pintor de nome Francis Barraud, que freqüentemente exibia suas obras na Academia Real de Londres, a pintar Nipper, seu fox terrier, ouvindo um fonógrafo de Edison. Ao quadro deu o nome de "His Master's Voice" (a voz do dono). Barraud pensou em vender a idéia à empresa de Edison, mas não houve por parte desta o mínimo interesse pela pintura. Barraud resolveu substituir a máquina de Edison pelo gramofone de Berliner na pintura. A idéia foi aceita imediatamente, passando a ser a marca registrada da Victor Talking Machine Co. (fabricante de gramofones e discos), desde 10 de julho de 1900.

(mantido os créditos do Post 1)