sábado, 28 de março de 2009

A Gravação do Som – Tipos de Suportes Sonoros - Post 1

A história da gravação começa nos primeiros anos do séc. XIX, quando Thomas Young conseguiu obter a tradução gráfica das vibrações sonoras, através de um aparelho batizado de vibroscópio, que registrava a vibração de um diapasão. Logo em seguida, o francês, Edward Leon Scott de Martinville conseguiu por meio de seu aparelho, que chamou de fonautógrafo, registrar graficamente a vibração da voz, sem ser possível ainda, reproduzí-la. Finalmente foi Charles Cros (e não Thomas Edison) quem idealizou, sem, contudo chegar a construir, a primeira máquina que prenderia e libertaria sons, ou seja, gravaria e reproduziria.
Edison construiu, então, com completo êxito, o primeiro armazenador de som da história - o fonógrafo. O aparelho empregava uma folha de estanho presa a um cilindro, o qual era impressionado por uma agulha movida por um diafragma de mica, seguindo os princípios de Martinville.
Assim aconteceu: Em Nova Jérsei, mais precisamente em Menlo Park, no ano de 1877, nasceu a primeira máquina falante que realmente funcionava: o Tin-Foil Phonograph. A primeira gravação do mundo foi um poema, intitulado Mary had a little lamb, recitado pelo próprio Edison.

"Mary had a little lamb
Its fleece was as white as snow"

Ironicamente, o fonógrafo era trazido ao mundo pelas mãos de um homem que, graças a um acidente na infância, ficara praticamente surdo.
Os cilindros com folha de estanho deram lugar aos de cera, que podiam ser gravados e desgravados, como nossas atuais fitas magnéticas.
O fonógrafo foi um sucesso comercial.
Paralelamente, o alemão Emile Berliner desenvolveu com êxito o sistema de gravação em disco através de sua máquina, o Grammophone, que possibilitou a produção de várias cópias a partir de uma matriz (com os cilindros isso não era possível).
O material mais usado para a fabricação do disco era uma massa largamente empregada até 1948, composta de acetato de celulose, colofônia (resina de jatobá ou cera de carnaúba no Brasil), negro de fumo, gesso e goma laca. Eram discos pesados, duros e quebradiços.
O Brasil descobriu o fonógrafo bem cedo, já nos tempos do Império. Edison receberia autorização imperial para comercializar fonógrafos no Brasil ainda em 1878 (o fonógrafo foi inventado em 1877!).
Contudo, o fonógrafo somente se transformaria em sucesso comercial por aqui pelo trabalho de um imigrante chamado Frederico Figner que fundou a Casa Edison do Rio de Janeiro, a primeira gravadora brasileira.
Surgiam os primeiros cantores de música popular a gravar comercialmente, eram: Bahiano, Cadete, Mário Pinheiro e Eduardo das Neves. Alguns grupos musicais também se destacaram, como a banda do Corpo de Bombeiros da cidade do Rio de Janeiro e o conjunto dos Oito Batutas, que incluía entre seus componentes dois jovens conhecidos como Donga e Pixinguinha.
Comparando-se às facilidades de hoje, editar um disco no Brasil de 1902 era um ato de heroísmo. O sistema de gravação era mecânico, ou seja, o intérprete tinha que cantar ou tocar próximo a uma corneta. O técnico de som da época era um indivíduo que ficava ao lado do intérprete, segurando-o pelo ombro, com a finalidade de afastá-lo no momento de um agudo potente ou aproximá-lo da corneta nos trechos mais suaves da música.
Gravada a cera, a mesma era enviada à fábrica na Alemanha para se transformar em disco. Finalmente, ao cabo de cerca de seis meses, o disco estava nas prateleiras.
O mais prático, porém, era gravar cilindros que, enfim, não precisavam cruzar o mar.
Contudo, como vimos anteriormente, cada cilindro era gravado individualmente, forçando o cantor a cantar trinta vezes se tivesse que gravar trinta cilindros. Com o tempo, uma corneta de gravação que alimentava vários cilindros minimizou o problema, mas o intérprete ainda era obrigado a gravar a mesma coisa um extenuante número de vezes. Se se tratasse de gravação de bandas ou conjuntos musicais, todos os integrantes tinham que tocar amontoados diante da corneta. A isso se some o clima quente do Rio de Janeiro, com todos ocupando a mesma sala fechada.
Em 1948, Peter Goldmark lançou o LP. O ruído diminuiu e a fidelidade foi aumentando com o aperfeiçoamento técnico até surgir, na década de 80, o Compact Disc que, com todo o avanço que significou, ainda é um suporte de gravação que depende do movimento para reproduzir.
A seqüência, então, foi o cilindro de Edison (Tin-Foil Phonograph) o disco de Berliner (Grammophone), o LP de Goldmark, o CD, o HD (Hard Disk) dos computadores e as memórias flash (que não se movem como a do seu MP3). Tudo indica que a memória eletrônica substituirá os suportes que dependam de movimento, com as vantagens óbvias da ausência do desgaste, que acaba por corromper o sinal gravado.

(Segue....)

Material parcialmente transcrito de:http://www.jornalmovimento.com.br/arquivo.htm
Marcelo de Almeida é advogado, pesquisador e restaurador de discos Marceloalmeida@jornalmovimento.com

quarta-feira, 4 de março de 2009

A Canção no Tempo III

Boa Tarde pessoal!

Aqui estão os últimos links dos MP3 da Canção no Tempo:

http://rapidshare.com/files/204545541/Cancao_do_Tempo_MPB_73-85_-_TMPN.part1.rar
http://rapidshare.com/files/204551467/Cancao_do_Tempo_MPB_73-85_-_TMPN.part2.rar
http://rapidshare.com/files/204554557/Cancao_do_Tempo_MPB_73-85_-_TMPN.part3.rar
http://rapidshare.com/files/204573107/Cancao_do_Tempo_MPB_73-85_-_TMPN.part4.rar
http://rapidshare.com/files/204588038/Cancao_do_Tempo_MPB_73-85_-_TMPN.part5.rar

Como toda lista classificatória, esta também é muito pessoal. Reflete sem dúvida a opinião de seus autores.
Mas dois elementos a considerar: 1. Que autores fantásticos e 2. Quem nos dias de hoje teria o conhecimento necessário para julgar quase um século de música?
Bom Proveito.

Abraços. Il Orcus

terça-feira, 3 de março de 2009

A Canção no Tempo II

Boa Tarde pessoal.
Em primeiro lugar, como eu havia prometido ontem, os links para o download das MP3 de 1958 a 1972 no Rapidshare:

http://rapidshare.com/files/204507019/Cancao_do_Tempo_MPB_58-72_-_TMPN.part1.rar
http://rapidshare.com/files/204509295/Cancao_do_Tempo_MPB_58-72_-_TMPN.part2.rar
http://rapidshare.com/files/204513003/Cancao_do_Tempo_MPB_58-72_-_TMPN.part3.rar
http://rapidshare.com/files/204548346/Cancao_do_Tempo_MPB_58-72_-_TMPN.part4.rar
http://rapidshare.com/files/204541716/Cancao_do_Tempo_MPB_58-72_-_TMPN.part5.rar

Em segundo lugar, uma boa notícia para os interessados em adquirir os livros: existe nova edição na praça, portanto na internet vocês localizam os dois volumes com facilidade.
Estou fazendo o upload do restante dos arquivos. Amanhã vocês terão os últimos links. Estou também preparando uma postagem sobre os meios de gravação desde o começo de sua utilização.

Abraços. Il Orcus

segunda-feira, 2 de março de 2009

A Canção no Tempo

"A Canção no Tempo" volumes 1 e 2 é uma obra fantástica sobre a música popular brasileira escrita por dois grandes conhecedores de sua origem, Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello, que acompanham e descrevem as mais populares e representativas desde 1901 a 1985.



Zuza

Jairo



O volume 1, agrupando as músicas de 1901 a 1957 começa por destacar uma marcha rancho "Ó Abre Alas" de Chiquinha Gonzaga composto em 1899 e termina com "A volta do Boêmio" samba canção de Adelino Moreira de 1957.
Entre uma e outra todas as composições de destaque da primeira metade do século passado.
O volume 2 trata das músicas de 1958 a 1985, época da maior efervecencia da música brasileira com os grandes festivais, com os movimentos musicais da Bossa Nova à Tropicália cobrindo 1056 composições de maior destaque e comentando mais profundamente 311.
Os livros são editados pela Editora 34, mas quando eu os quis adquirir, a cerca de três anos atrás, o volume 1 foi possível pela Internet mais o volume dois tive que me valer da boa vontade do pessoal da editora que localizou um volume que havia sido devolvido por alguma livraria e o vendeu para mim.






Ler os livros nos proporciona uma viagem pelo Brasil de antigamente. As histórias de como foram criadas as principais composições, nos permite um vislumbre da boemia brasileira, principalmente da carioca então o grande celeiro musical do país.
Mas ler, mesmo com as ricas descrições dos autores nos deixa com um gostinho de quero mais.
Comecei a pesquisar e fiquei boquiaberto quando encontrei quase todas as músicas destacadas nos livros em MP3. Toda a coleção para ser ouvida e saboreada. Foi demais poder ler os detalhes de cada criação ouvindo-as.
Não estão tecnicamente perfeitas. Algumas delas são do século IXX. Alguma chiadeira, uma certa pobreza acústica mas estão lá. São as músicas mais importantes da história musical do Brasil desde que se inventou a gravação(sobre os meios de suporte à gravação vamos falar um dia destes).
Procurei tratar o som eliminando o máximo as imperfeições e arrumei as tags dentro das possibilidades das informações disponíveis.
Quanto aos livros, boa sorte para encontrá-los, se alguém se interessar.
Quanto às músicas estou disponibilizando-as através do RapdiShare.

Não consegui fazer o upload de todas. Para hoje tenho os links de 1901 a 1957 que resultaram em 6 arquivos de 100 Mb e um arquivo de 37 Mb. As MP3 estão em sua grande maioria em 96 e 128 kbps e algumas poucas em 64 kbps

Aqui estão os Links:

http://rapidshare.com/files/204462048/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part1.rar
http://rapidshare.com/files/204462074/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part2.rar
http://rapidshare.com/files/204461378/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part3.rar
http://rapidshare.com/files/204462249/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part4.rar
http://rapidshare.com/files/204462094/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part5.rar
http://rapidshare.com/files/204503247/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part6.rar
http://rapidshare.com/files/204504408/Cancao_do_Tempo_MPB_03-57_-_TMPN.part7.rar

Me comprometo a ir postando os outros links assim que estiverem disponíveis. São mais dois grupos: de 1958 a 1972 e de 1973 a 1985.

Meus agradecimentos ao Jairo Severiano e ao querido Zuza Homem de Mello pela obra maravilhosa que nos proporcionaram. E meu agradecimento particular ao anônimo que me disponibilizou as MP3 que agora entrego a vocês.

Abraços. Il Orcus